segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pedaço de papel

Acordou um dia e pensou em tudo. Desde a primeira brincadeira mais pra frente até o último encontro. Tentou se levantar, mas deitou novamente. O peso – e o gosto – das lembranças incomodava. Não deveriam existir? Existia uma resposta para aquilo?

Pesquisou na internet alguns casos semelhantes. Muito parecidos e intimamente diferentes. Fez que esqueceu. Fingiu que não ligava. Ignorou quatro dias.

Mas no quinto dia voltou tudo. Pegou papel, caneta e começou uma carta. Mudou de ideia. Um bilhete direto e sincero era o suficiente. “Se ele não quiser, é o fim do meu martírio – e das minhas aventuras”, pensou.

Rasgou um pedaço da folha e escreveu, em letras não caprichadas e grandes, que refletiam seu estado de nervos: VOCÊ AINDA ME QUER?

Queria acabar com tudo de uma vez. Queria mais uma vez. Queria esquecer. Só conseguia lembrar. Queria voltar atrás, mas os caminhos a levariam de volta até ele.

A resposta veio em breve, com letras calmas e divertidas. Ele nem imaginava o que ela estava passando. As dúvidas, raivas, desejos... Ou talvez sentisse o mesmo. Mas isso era algo que nunca descobririam. A resposta: “Muito!”.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Uma nova mensagem

O telefone não tocou naquela tarde. Nem naquela noite. Luz não conseguiu dormir. Revirava na cama pensando naquele que fazia ela morrer de raiva por não repará-la.

Eduardo era um rapaz comum. Com seus 23 anos, achava que a verdadeira diversão era beber e sair com os amigos. Desde cedo ele aprendeu com seu pai que homens deveriam ser predadores e as mulheres suas caças.

Du, como era conhecido, não tinha namorada, mas sentia falta de alguém. Não podia, porém, assumir Seuss sentimentos. Du queria ficar com Analuz, mas não tinha coragem de falar.

Naquela tarde ele ficou com o celular nas mãos. Não se desgrudou do aparelho. De alguma forma segurá-lo diminuía a tensão. Mas não aumentava a coragem, já que naquela noite nem Eduardo e nem Analuz dormiram satisfeitos.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Tic tic tac

Analuz não parava de olhar para o celular. Naquele momento tudo que queria era mostrar que sua mãe estava errada.
''Ana não tem sorte no amor. É coisa do nome. Não deveria ter ouvido a vaca da sua avó'', reclamava alto sua mãe, sem se preocupar se Analuz ouviria.
Analuz náo concordava. Já tinha feito mil r uma pesquisas sobre o significado do seu nome. Ana era cheia de graça, luz era... Luz. Por que então sua mae insistia em jogar sobre ela o fardo da falta de sorte no amor? E por que, mesmo com tenta raiva que sentia de sua mãe as vezes não conseguia provar o contrário?
Era por isso a ansiedade em frente ao celular. Ana, ou Luz, como preferia ser chamada, só queria, pelo menos uma vez, mostrar para sua mãe que é capaz de ser amada, e, acima de tudo, de amar.

Continua...

domingo, 17 de março de 2013

Xing Xing

Ah, como é lindo o dia do pagamento. Você sente uma vontade louca de sair, fazer compras, viajar, conhecer novos lugares... De repente dá aquele desejo louco de finalmente saltar de pára-quedas, comprar um celular novo, jantar naquele restaurante extremamente aconchegante perto da sua casa.

Não sei com as outras pessoas, mas comigo essa sensação linda e ryca só dura cinco dias. É o tempo necessário para eu lembrar de pagar as mil e uma contas que chegaram na semana anterior, para minha irmã me mandar uma mensagem educada perguntando se estou gostando do novo secador (sim, eu comprei no cartão dela. Mas foi só porque o meu não estava na melhor época) e minha mãe pedir o presente deste mês (mimada aqui em casa, só ela).

Com essa desilusão, vem a sensação terrível de que nada pode ser feito neste mês. E, a partir daí, é como quando começamos uma nova dieta. No início acreditamos que vai dar certo, mas logo vemos aquele pedaço de bolo maravilhoso e pensamos "ah, só este pedaço não faz mal". No meu caso, é aquela necessidade de comprar roupa nova (que realmente estou precisando) e a dificuldade que tenho de encontrá-la. Acontece que comigo é muito difícil planejar. Sempre que guardo aquele dinheirinho para comprar novas peças super necessárias para o meu guarda-roupa, não encontro nada.


Aí gasto meu dinheiro e começa tudo de novo. Só me resta esperar mais 24 dias.

Torce por mim.

Um beijo,

K

sábado, 21 de janeiro de 2012

Chegou a hora...

As vezes escuto frases que me matam de medo, assim como tem aquelas que enchem a gente de alegria. 
As de alegria são mais fáceis de ouvir, na minha opinião. Escutar um eu te amo pode ser ruim quando você não sente o mesmo, mas te garanto que vai doer muito mais quando você ouvir um eu não te amo mais.


Esses dias eu li em algum lugar que a frase "Precisamos conversar" traz à tona todos os seus pecados. Concordei, claro. Mesmo que os pecados não tenham nada a ver com a pessoa que soltou essa medonha. 
Posso adicionar mais duas frases, conectadas, que mudam nossa vida.


A primeira é a frese "A doutora pediu para vocêretornar amanhã o mais cedo possível". FU! É isso que você pensa na hora. Mas nada pior do que a mesma doutora falando "precisamos fazer uma biópsia". Puaqueopario, agora ferrou de vez. Vou morrer. Como vou contar para os meus pais? Por que a porcaria dessa biópsia tem que ser só semana que vem? Será que é melhor aproveitar essa semana como se fosse a última? Pra quem vou deixar meus livros? E minhas roupas? Ah, é muito caro ser cremada, tenho que juntar dinheiro.


Pois é... to mais ou menos nessa. =/

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

UFA!

A Maria é um tanto chata, um tanto boba e um tanto trapalhona. Ela não quer saber de política, faz cara de "porta" pra economia e passa longe de qualquer menção à futebol.

Maria, na verdade, só está preocupada com o que a afeta diretamente, pelo menos é o que diz. Ela ignora qualquer ligação do mundo com seu trabalho de vendedora em loja de R$1,99, afinal "mesmo em época de crise, todo mundo tem dois reais pra gastar. Sim, dois reais porque a gente nunca dá troco pra ninguém".

E não é que é verdade?! Não tô falando de todo mundo ter dois reais, tô falando da sacanagem que essas lojas fazem roubando um centavo de cada um. Eu vou criar um evento de repúdio no Facebook e xingar muito no Twitter.

Ok, ok, tenho que me lembrar de parar de interromper um texto para desabafar. Voltando ao assunto...


Maria um dia acordou com muito mau humor, aquela sensação de quem tem um mundo nas costas, e saiu para o trabalho bastante contrariada. Ao chegar na loja e abrir a porta de ferro, se deparou com uma bagunça sem fim. Aparentemente, tinham invadido a Boutique para... Não poderia ser para roubar, todos tinham dois reais. Provavelmente tinham invadido só para sacanear com Maria.

Sério... PORQUE???????? (muitas interrogações para expressar exatamente o que ela se perguntou, apesar de manter a mesma expressão de quem não tá nem aí pro mundo). O mau humor não melhorou, nem tampouco piorou.

Obstinadamente ela organizou tudo, percebeu que nada estava faltando e levantou uma sobrancelha para o curiosidade daquele evento. De verdade, foi só isso. Passou o resto do dia mau humorada, assim como estava quando acordou. Foi embora, tomou um banho quando chegou e ligou o computador para jogar RPG.

Depois de jogar, parou por um momento para procurar o classificados de empregos. Tinha muita coisa por lá e achou melhor desistir. Se deitou e, no dia seguinte, acordou mais bem humorada. Comeu um pedaço de bolo, não tinha geleia na geladeira (não tinha quase nada na geladeira, essa é a verdade) e foi para o ponto de ônibus.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Hormônios

Tá, eu sei que esse assunto é pra lá de explorado em revistas, jornais, telejornais, programas de comédia etc. Mas nada melhor que um depoimento bem pessoal pra inaugurar essa mistura que vamos encontrar aqui nos próximos dias, semanas, meses e (sonhar não paga) anos.



Os hormônios femininos são os culpados (e também as melhores desculpas) das mudanças de humor repentinas que as mulheres sofrem. Claro que isso acontece mais durante o período que antecede a menstruação, mas, acreditem, acontece também em dias completamente inesperados.

Ou não...

Tudo começou com a minha decisão de tomar duas cartelas de anticoncepcional seguidas, sem intervalo. A inocente aqui pensou "Oba! Um mês sem TPM", mas é óbvio que isso não existe. Pelo contrário, tá mais pra um mês de TPM.

Agora é assim: de manhã feliz, na hora do almoço eu me estresso, a tarde fico muito calma e a noite quero chorar. Tudo isso com muitos intervalos de raiva sem razão.

Hoje fiquei brava porque o R. arrumou uma carona pra mim. Acredita?!

É, ser namorado nessas horas não é fácil, mas acho que muito mais difícil é ser eu. Poxa, instabilidade emocional por 30 dias? E ainda me sentindo gorda? O pior de tudo é que pra melhorar preciso de chocolate, que me engorda mais ainda.

Ai ai... como é difícil. Vou ali comer um bolo com geleia.

Beijos,
K.